50 anos – Martin Luther King.
“Não há nada mais
trágico neste mundodo que saber o que é certo
e não fazê-lo.
Que
tal mudarmos o mundo
começando por nós mesmos?”
começando por nós mesmos?”
Martin Luther King (1929-1968) foi um ativista norte-americano.
Lutou contra a discriminação racial e tornou-se um dos mais importantes
líderes dos movimentos pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1964. Começou sua luta liderando um movimento
contra a segregação (separação) nos ônibus, após a prisão de Rosa Parks, uma
costureira que se recusou a ceder o assento para uma pessoa branca (nos Estados
do sul a segregação racial tinha o respaldo da lei - nos ônibus o motorista
tinha que ser branco e os negros só podiam ocupar os últimos lugares). O
movimento contra a segregação durou 382 dias e terminou após a Suprema Corte
declarar inconstitucionais todas as leis de segregação. Foi o primeiro
movimento vitorioso do gênero registrado no solo americano. Em 1960, baseado na
filosofia da não violência (pregada pelo líder indiano Mahatma Gandhi), conseguiu liberar
o acesso dos negros em parques públicos, bibliotecas e lanchonetes. Em 1963
liderou a Marcha sobre Washington, que reuniu 250 mil pessoas,
quando faz seu importante discurso, que começa com a frase “I have a
dream” (Eu tenho um sonho), e descreve uma sociedade, onde negros e brancos
possam viver harmoniosamente.
Em 1964 foi criada a Lei dos Direitos Civis, que garantia a
tão esperada igualdade entre negros e brancos. Nesse mesmo ano Martin Luther
King recebeu o “Prêmio Nobel da Paz”. Luther King teve sua trajetória interrompida
em 4 de abril de 1968 por um tiro que o atingiu enquanto descansava na sacada
de um hotel em Memphis, onde apoiava um movimento grevista dos lixeiros.
Tanto o Brasil
quanto os EUA têm um passado
histórico de escravidão, opressão, patriarcalismo e racismo e isso faz com que
nós tenhamos muitos pontos em comum; as narrativas de período colonial nos dois
países não são muito diferentes. Não podemos negar as particularidades do
contexto histórico, em especial aquele que se dá depois da escravidão, onde nos
EUA o afro-americano passou a ser identificado como negro, independente da cor
de sua pele, e pelo processo de segregação. Esses fatores se tornam
determinantes na formação da identidade negra e no fortalecimento da comunidade
negra estadunidense e são fatores que não ocorreram oficialmente no Brasil.
A característica mais marcante do racismo brasileiro, portanto, é seu
caráter não oficial, pois se a lei conferiu liberdade jurídica aos escravos,
estes nunca foram de fato integrados a economia e, sem assistência do Estado,
muitos negros caíram em dificuldades após a liberdade.
O Brasil é um país em desenvolvimento, dito “um país de todos”, onde
mais de cinquenta por cento da população admite que exista preconceito e
discriminação, no entanto menos de cinco por cento da população diz ser
preconceituosa. O preconceito e a discriminação no Brasil são tão comuns e
enrustidos (que não se revela, não se expõe; dissimulado) nas pessoas que muitas
não se consideram preconceituosas.
No Brasil o racismo tem se tornado centro de
debates nos últimos meses e vivemos um momento intenso de manifestação política
e ativista por conta de jovens negros, um número maior de homens e mulheres ao menos
se declarando como negros.
O problema do racismo é muito complexo e profundo.
Para compreendê-lo, é preciso dar atenção também aos valores culturais
enraizados e discutir.
O racismo simboliza qualquer pensamento ou atitude que segrega (separa, isola,
desune) as raças humanas considerando-as hierarquicamente como superiores
e inferiores, o qual, no Brasil, é fruto da era colonial e escravocrata
estabelecida pelos colonizadores portugueses. A segregação (separação, isolamento, desunião) está
intimamente ligada ao preconceito quando separa grupos.
A palavra
preconceito é etimologicamente constituída (entende-se por etimologia o estudo
do significado de uma palavra a partir dos componentes que a constituem) por
duas partes diferentes: pré, que dá ideia de algo anterior, antecedente,
que existe de forma primária, primeira, precedente; e conceito, aquilo
que se entende ou compreende em respeito de algo, que se refere à construção
ideal do ser ou de objetos. A ideia do preconceito refere-se, então, a um
conceito formado de forma anterior ou antecedente à constatação dos fatos,
utilizando-se de características julgadas universais, sendo atribuíveis a todos
que se encaixam na categoria referida.
Nessa
perspectiva, podemos considerar que o preconceito está inserido em todos os
círculos de interação humana, sendo um artifício usado no convívio e nos
momentos em que nos defrontamos com o não familiar, o desconhecido ou o
diferente. Ele nos ajuda a nos situar em determinadas situações em que o
estranho, ao apresentar uma ou outra característica familiar ou associável a
experiências passadas ou herdadas por nosso meio de convívio primário, passa a
ser considerado compreensível dentro do nosso entendimento individual.
Embora
seja um artifício comumente usado em nossas experiências, o preconceito passa a
se tornar um problema na medida em que significados pejorativos (desagradáveis,
depreciativos) são atribuídos a outros indivíduos ou grupos de forma
generalizada, sendo associados a traços étnicos ou raciais, julgando-os
inerentes ao sujeito que se refere sem, no entanto, considerar suas
particularidades. Em nosso contexto, o preconceito racial é o mais comum e o
mais problemático em suas consequências. Uma delas é a segregação racial ou o
racismo, que também está intimamente ligada a problemas sociais como a
desigualdade, a violência e a pobreza.
O combate
ao preconceito deve ser travado por meio da educação que deve servir como
parâmetro de compreensão do mundo e das diferenças, tendo sempre como objetivo
a afirmação do respeito, da tolerância e da igualdade de direitos e deveres que
todos temos uns com os outros, independente de sexo, gênero, cor, orientação
sexual, crença ou situação econômica.
FONTES:
http://xandaohistoria.blogspot.com.br/ - Professor Alexandre Xandão.
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/martin-luther-king.htm
https://www.revistaforum.com.br/semanal/as-nuances-do-racismo-no-brasil-e-nos-estados-unidos/
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/racismo/ (Revista Veja – edição 2557 de
22 de novembro de 2017)
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