O Reino
dos Francos é a raiz histórica dos atuais países França e Alemanha.
A origem dos Francos ainda é um mistério para os pesquisadores. Não há
consenso sobre sua primeira aparição na história, entretanto há versões que
apontam algumas teses. Alguns acreditam que esse povo tenha se originado da
unificação de pequenos grupos germânicos que habitavam o vale do Rio Reno.
Outra corrente de estudiosos argumenta que os Francos são originários de uma
região no Nordeste da Holanda. Sabe-se, contudo, que a palavra Franco significa
livre na língua frâncica falada por esse povo. Uma liberdade que, como acontece
quase sempre, não era acessível a todos. Mulheres e escravos não possuíam os
mesmos direitos dos francos livres.
Os Francos incomodavam muito o Império
Romano. O embate entre ambos era constante. Mas entre 355 e 358, o
Imperador Juliano conseguiu dominá-los, tornando-os o primeiro povo
germânico a estabelecer-se de modo permanente no Império
Romano. Aos Francos foi dada uma porção de terra da Gália Belga, com
considerável território. Mas o imperador romano não imagina o crescimento que
teriam no futuro. A partir de suas terras centrais, os Francos conquistaram a
maior parte da Roma gaulesa, o que, a princípio, foi favorável aos romanos, já
que eles atuaram como aliados na defesa do Império. Porém a expansão inicial
dos Francos já dava as bases de seu reino.
Acredita-se que o Reino dos Francos teve início nas
primeiras décadas do século V. Todavia os relatos não são confirmados e têm
aspecto de mito sobre a fundação da dinastia merovíngia. Um desses reis, Clódio, teria sido o primeiro a
conquistar terras na Gália. Mas esta seria uma condição verdadeira mais à
frente. Os Francos conquistariam cava vez mais terras e mais poder sobre os
galo-romanos. O nome da dinastia dos merovíngios provavelmente está relacionado
a um dos filhos de Clódio, Meroveu.
Um de seus sucessores, Clóvis,
foi responsável por consolidar os vários reinos francos e encerrar o controle
romano na região de Paris, expandindo seu reino até os Pirineus.
A conversão de Clóvis ao cristianismo no final do século V aproximou os Francos
do papa. Os filhos de Clóvis continuaram a expansão territorial e chegaram a
cobrir a maior parte do território francês atual.
A dinastia merovíngia perdeu forças em meados do
século VII quando uma série de mortes prematuras levou ao reinado de menores de
idade. Essa fraqueza administrativa abriu espaço para o poder dos mordomos do
palácio, que eram também superintendentes de estado, e para a organização de
sua própria regência hereditária. Criando, assim, a dinastia dos carolíngios.
Pepino, o Breve, foi coroado como primeiro rei
franco da dinastia carolíngia em 751. Ele foi um rei eleito que solidificou sua
posição através de uma aliança com o Papa Estevão III. O rei franco foi responsável por reconquistar as
áreas perdidas em torno de Roma e entrega-las ao papa, uma doação que criaria
os estados papais. A Igreja estava muito satisfeita e a ação de Pepino mudaria
o curso da história. O novo poder papal estabeleceria uma nova ordem que
caracterizaria toda a Idade Média, a supremacia da Igreja Católica. O
sucessor de Pepino, seu filho, foi um dos mais notórios reis da história, Carlos Magno. Letrado, poderoso e
inteligente, ele restaurou a igualdade entre papa e imperador e se tornou
emblemático para a história tanto da França como da Alemanha. Carlos Magno
estabeleceu a prática de cristianizar os povos conquistados, aumentando a
influência da Igreja Católica e do cristianismo no mundo. Soberano em grande
território na Europa,
Carlos era o grande líder da cristandade ocidental e foi coroado pelo Papa Leão
III como Imperador dos Romanos. A cerimônia, na verdade, reconhecia o Império
Franco como sucessor do Romano. Depois da morte de Carlos Magno e de seu filho,
o Império Franco foi dividido entre os herdeiros, dando origem aos territórios
da atual Alemanha e da França.
Nenhum comentário:
Postar um comentário